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Augusto dos Anjos: filho do Carbono e do Brasil

"Recife. Ponte Buarque de Macedo.

Eu, indo em direção à casa do Agra,

Assombrado com a minha sombra magra,

Pensava no Destino, e tinha medo!


Na austera abóbada alta o fósforo alvo

Das estrelas luzia... O calçamento

Sáxeo, de asfalto rijo, atro e vidrento,

Copiava a polidez de um crânio calvo.


Lembro-me bem. A ponte era comprida,

E a minha sombra enorme enchia a ponte,

Como uma pele de rinoceronte

Estendida por toda a minha vida!"


(Versos iniciais de "As cismas do destino")


Há 138 anos, em 20 de abril de 1884, nascia no engenho Pau D’Arco, Vila do Espírito Santo, hoje município de Sapé na Paraíba, Augusto de Carvalho Rodrigues dos Anjos. Considerado por Ferreira Gullar um "pré-modernista", Augusto dos Anjos é um dos principais nomes da literatura brasileira e forma, com Cruz e Souza e Alphonsus de Guimaraens, o triunvirato do Simbolismo no Brasil.


Inspirado por Haeckel, Schopenhauer e Spencer — mas também por Hoffmann e Edgar Allan Poe —, Augusto foi, segundo Ariano Suassuna, "o maior poeta brasileiro do século 20, e a sua importância equivale a de Euclydes da Cunha, sendo este último o grande representante da prosa brasileira.


O livro 'Eu', de Augusto dos Anjos, com toda certeza, equivale ao livro 'Os Sertões' de Euclydes da Cunha".


Para Otto Maria Carpeaux, Augusto é "o mais original, o mais independente de todos os poetas brasileiros".


Hoje, a Frente Sol da Pátria lembra-se de um dos filhos diletos da Rainha do Meio-Dia.

Viva Augusto dos Anjos!

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