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Monteiro Lobato: 142 Anos

No dia de hoje, 18 de abril de 2024, relembramos os 142 anos do escritor, tradutor e ativista José Bento Renato Monteiro Lobato, ou simplesmente Monteiro Lobato. No que pesem idiossincrasias, preconceitos de uma época em que a eugenia era o paradigma dominante nas ciências, e para além de polêmicas fáceis, Lobato, além de escritor (produziu também literatura voltada ao público adulto - literatura que precisa ser relembrada) e criador genial da literatura infantil brasileira, foi um patriota, com carreira no serviço público. Segundo o afamado folclorista Cornélio Pires, Lobato era “incontestavelmente um moço de muito talento e de magnífica organização literária. O seu estilo simples e claro atrai, prende, enleva e delicia”.



Nascido em Taubaté (SP), importante centro histórico de irradiação do bandeirismo, Monteiro Lobato herdou fazendas de seu pai, mas encontrou sua verdadeira vocação na literatura infantil e no mercado editorial. Como editor, lançou, em 1918, a “Editora Monteiro Lobato”, depois a “Companhia Editora Nacional” e em 1944, com Caio Prado Júnior e outras figuras intelectuais, esteve na criação da “Editora Brasiliense”. Foi fundador da revista "Paraíba" que teve por colaboradores importantes figuras da literatura nacional, como Olavo Bilac e Coelho Neto. Foi também dono da Revista Brasil, e após comprá-la, a transformou em uma publicação nacionalista e um núcleo de defesa das causas nacionais e da cultura nacional.


Lobato foi um dos grandes defensores do petróleo nacional, voltando-se contra interesses empresariais, chegando a sofrer perseguições e a prisão. Quando o presidente Getúlio Vargas bradou “O petróleo é nosso!”, nessas palavras havia também o eco das vozes de brasileiros patriotas como Monteiro Lobato. Não foi só Vargas quem proclamou que O PETRÓLEO É NOSSO - Monteiro Lobato também falou através de sua boca e assim fez eco aos sonhos de milhares de brasileiros que ansiavam por soberania, por uma nação forte, emancipada, e que tivesse a ousadia de fazer investimentos e socializar ganhos. A fundação da Petrobrás, anos depois, ainda ecoa a luta da qual Monteiro Lobato também fez e faz parte.


O Brasil com que sonhamos é o Brasil dos submarinos, das refinarias de petróleo e também do Sítio do Pica Pau Amarelo, elaboração estética de valores nacionais de singeleza da infância, da prosa do povo do campo e de todo um imaginário que aglutina peripécias de astúcia, humildade, caipirice, sabedoria e respeito aos antepassados.


Lobato, criador de sonhos, é a demonstração cabal de que não é possível qualquer tipo de desenvolvimento ou empreendimento na prática sem que primeiramente a causa adquira vida no discurso e no imaginário. Lobato foi um construtor de sonhos que, em parte, se concretizaram - e hoje estão sob ameaça, tanto a Petrobrás quanto a cultura nacional. E seus sonhos ainda nos inspiram e nos animam. Cabe à nossa geração continuar o trabalho de construir sonhos - e concretizá-los.

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