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Foto do escritorCamilla Leite

Mulher brasileira: símbolo de fortaleza


A experiência dos gêneros, o valor e amplitude de seu poder, tem uma universalidade maior do que geralmente julgamos. Uma análise do fenômeno dos sexos remete-nos à própria dinâmica do processo histórico: ainda estamos e sempre estaremos essencialmente naquela fase em que o real se cindia na díade solitária de Urano e de Gaia, do masculino e do feminino originários. Não só em arquétipo míticos, mas também, vemos a realidade polarizar-se nos gametas e elétrons insondáveis da física, na química ou biologia, como também os próprios astros, onde o tempo seria regido pelo fluxo e refluxo das divindades femininas ou masculinas.


Para os filósofos românticos, a dualidade masculina-feminina das forças criadoras não estaria somente em nós, circunscrita na anatomia e fisiologia da animalidade, mas seria principalmente uma característica universal do Ser, uma díade cósmica que se particularizaria no caso especial do ser humano. Dentro dessa dialética, ocultam-se princípios e sentidos metafísicos que organizam o mundo físico: O corpo do homem e da mulher nascem do ventre e também pertencem ao domínio dessa ação criadora. Por isso, além de uma divisão biológica, o Ser nasce do certame entre forças masculinas e femininas, gerando o movimento.


E no Brasil também vivemos a dialética dos sexos, onde mulheres lutaram para afirmar sua feminilidade em meio as dificuldades, quando eram “femininas de mais ou de menos”. Desbravam campos e cidades, trazem progresso, libertam a cultura e a tradição, em suas vestimentas e ventres geram heróis e herdam as utopias Solares a que estão destinadas. A mulher Brasileira tornou-se símbolo de fortaleza, um monumento que pretende-se mais: alcançar o patamar de sacerdotisas e deusas do carnaval solar, personificando a máxima das qualidades brasileiras femininas.


Essa jornada é sagrada, tendendo sempre ao movimento. Os polos se atraem, mantendo a balança física em equilíbrio e, assim como escreveu Platão num de seus diálogos - que não é a Terra que imita a mulher, mas a mulher que imita a Terra - mostram que o sexo é, portanto, uma força transcendente. É o caminho fecundante da Terra, da Telus Mater, que nesse seu avatar é a mulher.


Por esse motivo, a Frente Sol da Pátria celebra e afirma nesse dia da Mulher a essência feminina. Que ela nunca se perca no mundo-cão da masculinidade deturpada e viva sempre sua plena liberdade.

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