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O século XXI não será marcado pelo 11 de setembro americano

A perda de importância dos atentados de 11 de setembro é tema bom pra se pensar. O acontecimento já foi considerado o marco inaugural do século XXI, momento em que a única superpotência mundial decidiria dar continuidade ao ''imperialismo missionário'' que sempre foi imensamente forte na ala progressista da política dos EUA, e expandiria as margens do Ocidente usando como 'desculpa' uma ''guerra civilizacional'' contra o Islã.


Republicanos e Democratas se uniram em prol do objetivo, ainda que tivessem perspectivas um tanto diferentes de como ele deveria ser alcançado. As oligarquias em torno de Bush e de Clinton tinham muito mais convergências sobre esse tópico do que aparentavam.


Mas a própria dinâmica da globalização traiu as esperanças do ''imperialismo missionário''. Os EUA se desindustrializaram, a China se tornou uma nova superpotência econômica, e a Rússia foi capaz de reconstruir seu espaço geopolítico imediato [o marco, nesse sentido, foi a intervenção na Geórgia, em 2008].


Os discursos islamofóbicos que foram imaginados como grande justificativa do Novo Século Americano tiveram de ser reajustados, e a própria hegemonia neocon dentro dos EUA foi ameaçada pelo surgimento do trumpismo que, a despeito de todas as suas maluquices, desejava enfrentar o que supõe ser o perigo da ascensão chinesa e da decadência econômica norte-americana. O século XXI não é o que se esperou que fosse quando da queda das Torres Gêmeas em 11 de setembro de 2001.

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