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PC Siqueira, cancelamento e os queridinhos da mídia

Parte da esquerda adotou para a si tarefa (e este é também o tom mais geral na mídia corportiva) de tratar o PC Siqueira -- de cuja existência eu soube ontem -- como uma vítima da monstruosidade das ''fake news'' da ''extrema-direita''. O sujeito, alegam, teria sido linchado virtualmente por causa de denúncias de pedofilia (que continuam sendo investigadas pela polícia e pela Justiça).



Existem dois pontos que devem permanecer no horizonte:


  1. os esquerdeiros são craques, imbatíveis até, em ''cultura do cancelamento'', linchamento virtual, histeria acusatória, denuncismo irresponsável, e em condenação a priori. Todo santo dia, os tribunais esquerdeiros, embebidos do identitarismo mais totalitário possível, buscam detratar, encurralar, e criminalizar críticos, adversários e até os mais independentes nas próprias hostes. Não é possível discutir cultura do denuncismo, do linchamento moral, e do assassinato de reputações sem colocar no centro do debate os grupos políticos que mais impulsionam esse tipo de comportamento: os esquerdeiros pós-pós.

  2. Em segundo lugar, é nonsense agora abraçar PC Siqueira, garantindo que ele seja um mártir ou que fosse uma pobre vítima que deveria ter sido defendida a qualquer custo da sanha das redes e do preconceito. Ninguém sabe ao certo o grau de envolvimento que ele tinha com pedofilia, e até aqui há de se ter prudência.



A grande mídia adora criar seus queridinhos e protegidos por motivos ideológicos: notem, por exemplo, a ausência de crítica à cantora que mentiu sobre uma revista racista ao seu cabelo em um aeroporto do Rio de Janeiro. A grande mídia adora também varrer pra debaixo do tapete as bizarrices do beautiful people: basta notar que ninguém fala sobre as possíveis substâncias que Kayky Brito estava usando quando foi atropelado por um Uber no Recreio dos Bandeirantes, episódio em que a má vontade dos jornalistas com o motorista era flagrante.


Todos esses compromissos esquerdeiros têm um custo político evidente. Os dramalhões da classe média com culpa pequeno-burguesa nem sempre são novelas bem deglutidas pelas classes populares. É possível ter compaixão de um sujeito sem pretender transformá-lo em um herói nem mártir. Aliás, os esquerdeiros são curiosos: querem proibir estátuas do padre Antônio Vieira e do Duque de Caxias, mas transformar um influencer suicida em bandeira ideológica. Por tudo o que sei (desde ontem) sobre PC Siqueira, fica a dica para os mais jovens: quem vive de imagem é televisão. Depressão é coisa séria. E não misturem remédios de tarja preta com álcool e cocaína.

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