Seguem alguns dados étnico-raciais sobre o Brasil que podem incomodar (ou não) algumas pessoas:
Segundo os dados do IBGE, e mais especificamente segundo os dados preliminares do Censo de 2022: Somente 10,2% da população brasileira se considera preta; No Estado do Rio de Janeiro, o percentual da população que se considera preta sobe para 16,2%. Porém, no Município de São Sebastião do Rio de Janeiro o percentual é de 15,6%; A Unidade da Federação com maior percentual de população preta é a Bahia. Contudo, mesmo lá, os pretos não chegam a 1/4 do total (22,4%); A capital brasileira com maior proporção de pretos é Salvador (Bahia). Porém, mesmo lá, não passam de 1/3 da poulação total (34,1%).
Seguem dados do mesmo Censo, que tendem a incomodar certo movimento negro (que força a barra para encaixá-los em ideias importadas dos Estados Unidos). Antes de listá-los, convém lembrar o seguinte: pessoas que se dizem ''pardas'' no censo se consideram mestiças. Se elas declaram que são mestiças, é porque não se consideram nem brancas nem pretas (e nem asiáticas, indígenas etc). Boa parte do movimento negro prefere fingir que mestiços não existem, o que transformaria quase metade dos brasileiros em vítimas de uma alucinação coletiva. E quando admite (a muito custo e depois de retórica evasiva) que mestiços existem, sim, o movimento negro decide, então, juntá-los todos ("pardos", que incluem caboclos e mulatos, mais "pretos") sob o rótulo enganoso de ''negros" (o que sugere serem afro-descendentes basicamente). Já escrevi textos mostrando como isso é uma falsidade deletéria. De todo modo, faz tanto sentido chamar um mulato (o movimento negro odeia essa palavra, mas aqui no Rio, a mulata é a tal) de afro-descendente quanto chamá-lo de euro-descendente. Se é mulato e mestiço, afinal, descende de ambos. Vamos, pois, aos números: 45,3% dos brasileiros se consideram pardos. No Censo de 2010 eram 43,1%. A consciência da mestiçagem ou, quem sabe, a própria mestiçagem, cresceu no país nesse período; No Estado do Rio de Janeiro, o percentual da população que se considera parda cai para 41,6%. No Município de São Sebastião do Rio de Janeiro, a percentagem é de 38,7%. A Unidade Federativa com maior percentual de população parda é o Pará, com 69,9%. Percebam que é um Estado da Região Norte, de matriz fortemente indígena -- com certeza, o peso da herança ameríndia na região é elevadíssimo, para se dizer o mínimo. Isso torna ainda mais risível querer sinonimizar ''pardo'' e ''afro-descendente'' ou agrupá-los juntos em uma terminologia ambígua e enganosa. A segunda Unidade Federativa com mais pardos é o Amazonas (68,8%), também marcadamente indígena e caboclo.
Para mais dados como esses, assista essa live do Sol da Pátria:
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