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76 anos de Alceu Valença

Foto do escritor: Alípio MacêdoAlípio Macêdo





Este 1º de julho de 2022 marca o aniversário de 76 anos de idade de Alceu Valença.

Nesta era de marasmo cultural e em que o país tem perdido tantos artistas seminais de nossa cultura (João Gilberto, Aldir Blanc, Sérgio Ricardo, Moraes Moreira etc.) e ainda padece sob Bolsonaro (que dá de ombros para tais gênios da raça porque seu projeto de desnacionalização reconhece que uma das maiores forças do brasileiro reside na sua cultura e é por isso mesmo que ele tenta estrangulá-la), convém celebrar a vida e a obra de Alceu Valença.


Pernambucano de São Bento do Una, seu cavalo doido trafega do sertão ao litoral, do local ao cosmopolita.


Alceu já mostrou a que veio em seu álbum de estreia com o amigo Geraldo Azevedo, o altamente influente "Quadrafônico - Alceu Valença & Geraldo Azevedo". Além de ter revelado dois gênios, "Quadrafônico - Alceu Valença & Geraldo Azevedo" apresenta novos elementos no processo de gravação, como o emprego do sistema quadrafônico, até então pouco usual na produção da música brasileira. Para se ter uma ideia, os membros do Pink Floyd se entusiasmaram com esse sistema, correspondente ao atual surround, novidade na época, e gravaram três discos utilizando-o. Além do mais, o álbum tem arranjos de Rogério Duprat, um dos criadores do Tropicalismo.

Este talismã de apenas 34:02 minutos tem coco, viola, repente, mas é o rock psicodélico que "dá o tom", o lastro.

A carreira solo de Alceu Valença é um manancial de "hits" que envelheceram muito bem, embalando, até hoje, tanto carnavais como festas juninas: "Anunciação", "La belle de jour", "Tropicana", "Coração bobo", "Como dois animais", "Estação da luz", "Pelas ruas que andei" etc. -- e bota et cetera nisso.


Artista multifacetado, teve incursões no cinema, como ator no filme A Noite do Espantalho, de Sérgio Ricardo, e como roteirista e diretor em "A luneta do Tempo".

Alceu foi um dos artistas da década de 1970 que redescobriu Jackson do Pandeiro, convidando-o para defender,com ele e com Geraldo Azevedo, a embolada "Papagaio do Futuro" na sétima edição do Festival Internacional da Canção.


"Jackson do Pandeiro para mim é a mistura de todas as raízes da música nordestina, é coco, é embolada, é marcha e é samba também. É uma grande alquimia, exercitando-se em todas essas variantes", afirmou Alceu ao jornal carioca Luta Democrática.

Percorrendo a mesma senda do seu mestre Jackson do Pandeiro, Alceu é ele próprio alquimista, também xamã, com sua releitura psicodélica de gêneros do cancioneiro popular nordestino.


Vida longa a Alceu Valença!

 
 

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