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9 de maio é o Dia da Vitória contra a barbárie

No dia 9 de maio, em 1945, a Alemanha nazista (o chamado Terceiro Reich) se rendia e aceitava sua derrota na guerra com a então União Soviética, cuja capital era Moscou. A Segunda Guerra Mundial foi o confronto mais sangrento da História da humanidade. O Japão, por exemplo, foi atingido por duas bombas atômicas lançadas pelos EUA e boa parte do continente europeu ficou em ruínas, com cidades em chamas, assoladas pela fome. Após a guerra, uma Alemanha em destroços (hoje reunificada), se viu dividida em dois países. A União Soviética vitoriosa ainda perdurou até os anos 1990, quando colapsou, dando origem a 15 países independentes, incluindo a atual Rússia, a Armênia, Estônia, Cazaquistão e também a Ucrânia.



Nós sabemos que o estadista inglês Winston Churchill, que liderava o Reino Unido durante a guerra, cometeu genocídio na Índia (em Bengal). Sabemos que os EUA usaram as supracitadas armas nucleares contra o Japão. Sabemos também que a União Soviética, em diferentes momentos, perseguiu as igrejas cristãs e outras religiões e algumas minorias étnicas, com deportações forçadas. Sim, sabemos tudo isso e todas essas coisas devem ser lembradas. Mas não é isto que lembramos e celebramos no dia 09 de maio, o Dia da Vitória.


Neste dia, lembramos e celebramos, isso sim, a derrota da barbárie nazista. Neste dia, celebramos a derrubada de um império que levou a lógica do colonialismo europeu às suas últimas consequências e para dentro do próprio continente europeu, planejando, no “Generalplan Ost”, colonizar a Europa Central e Leste da Europa (a “Drang nach Osten”) e assim escravizar milhões de pessoas nas populações eslavas.


Celebramos a derrubada de um regime que, além da perseguição e escravização dos judeus da Europa (com o trabalho escravo industrial em massa, de mulheres e crianças inclusive, nos campos de concentração e milhões mortos), levou também o terror aos eslavos e outros povos do leste europeu, na figura bárbara de tropas de soldados, vindos de longe, que, ao chegarem, queimam vilarejos, massacram e saqueiam, estupram as mulheres e escravizam parte da população - e tudo ocorre, por vezes, com o auxílio de colaboracionistas locais - traidores e bandidos. Uma amostra do que foi esse terror pode ser vista no filme bielorrusso “Idi i smotri” (ou “Vá e veja”) de 2019, dirigido por Elem Kimov.


Em minhas andanças pela região da fronteira russo-ucraniana, em 2019, tive a oportunidade de conversar com cossacos da Hoste do Don. Alguns eram monarquistas e conservadores. Nas festividades que vão do 1o de Maio até o Dia da Vitória, eles ostentavam, além da fita de São Jorge, laranja e negra, por vezes também a estrela vermelha, que aliás, é frequentemente vista em monumentos na região, às vezes ao lado de símbolos cristãos ortodoxos. Eram conservadores, anticomunistas e cristãos ortodoxos. Perguntei-lhe se não haveria uma contradição nisto. O que me responderam foi mais ou menos o seguinte: “Sabemos de todos os problemas, contradições e perseguições deste período histórico [soviético]. Mas faz parte da nossa História - e nós não estamos em guerra com a nossa História. Honramos a memória de nossos pais e avós que lutaram no Exército Vermelho e enfrentaram a ameaça nazista, que vinha invadir as nossas terras para nos massacrar e nos escravizar. Por isso, nesse dia, usamos com orgulho a estrela [soviética] que nossos veteranos e heróis de guerra também usaram no peito enquanto defendiam, em luta patriótica, a nossa terra”.


No Brasil, bem longe do palco dos conflitos, a invasão não veio - mas, em agosto de 1942, na costa entre Sergipe e Bahia, seis navios de bandeira brasileira foram afundados pelo submarino alemão U-507, que era comandado pelo Tenente de Corveta Harro Schacht - e, assim, por decisão do presidente Getúlio Vargas, entrou o Brasil na Segunda Guerra Mundial. E nossos pracinhas e oficiais, nossos heróis da Força Expedicionária Brasileira (FEB) também lutaram com bravura, em muitos momentos em batalhas decisivas - como meu avô, que lutou em Monte Castelo. Neste dia, Dia da Vitória que é também nossa e de toda a humanidade, comemoro a vitória contra a barbárie nazista. E a cobra fumou!


Viva a FEB, viva as Forças Armadas brasileiras, viva o Brasil!

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