Enquanto o Congresso prepara a palhaçada reacionária chamada "CPI do MST", temas importantes que precisavam ser passados a limpo são esquecidos.
Por exemplo, o que aconteceu com as investigações sobre os vínculos da Lava Jato e as tentativas de intervir na política venezuelana? Por que Dallagnol queria driblar os próprios acordos de delação premiada para "contribuir com os venezuelanos", segundo as palavras do ex-Procurador?
Por falar em Venezuela, por que não investigar detidamente a rede de alianças, acordos e agências em torno de Carlos Wizard Martins, aquele mesmo que fundou o famoso curso de inglês? O empresário foi a sombra de Pazzuelo durante a desastrosa e suspeita gestão do general no Ministério da Saúde em plena pandemia.
Wizard vendeu o curso, mas também fundou a Taco Bell e é dono da Mundo Verde, parceira de academias de futebol do Ronaldo Fenômeno e do Palmeiras, e de lojas de material esportiva [Rainha e Topper]. Também é sócio minoritário do curso de idiomas Wise Up e da Number One.
O empresário fundou uma organização chamada ''Brasil do Bem'', que atua em Roraima para influenciar a Venezuela. Sua família, que participava da Igreja Mórmon [a ''Igreja de Jesus Cristo dos Ultimos Dias''], sempre teve contato muito próximo com missionários norte-americanos. Carlos chegou a estudar na Universidade Brigham Young, instituição ligada aos mórmons, e estagiou em uma empresa de papel em Ohio.
A guru de Wizard era a médica Nise Yamaguchi, que ficou conhecida por sua defesa escalafobética do ''tratamento precoce''. Parece que o empresário criou um "conselho científico paralelo" para orientar o governo Bolsonaro durante a pandemia.
Por falar em Pazzuelo, a história de sua família mergulha no emaranhado de relações entre o crime organizado, grupos de extermínio empresas de logística e associações financeiras que se desenvolveu na Amazônia durante o regime civil-militar.
Nada disso será investigado. O Congresso não acha importante. O lance mesmo é cair pra dentro do MST na busca insana por criminalizar o movimento camponês em um país que tem uma das concentrações fundiárias mais iníquas do planeta.
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