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Foto do escritorAndré Luiz V.B.T. dos Reis

Mandato Britânico, milícias israelenses e a IDF - O que os analistas da grande mídia omitem

Os analistas da grande mídia não cansam de bater na tecla de que Israel tem o direito de se defender dos atos terroristas que o Hamas cometeu no dia 07 de outubro. Pra posar de ''bonzinhos'' e ''razoáveis'' pedem que a retaliação seja ''proporcional''. [Estão atrasados, claro, pois Israel acumulou crimes de guerra em tempo recorde.]


Mas recortar a situação atual à última semana pra fazer parecer que Israel está apenas revidando e ''combatendo o terrorismo'' não passa de história da carochinha.


1. Os sionistas se abraçaram ao Imperialismo britânico, que traiu a promessa feita aos árabes durante a I GM e reduziu a Palestina a uma colônia que comportaria, segundo a bizarra Declaração Balfour, um ''lar nacional judaico'' na região;


2. Sem o ilegítimo Mandato Britânico [nome bonitinho que os ingleses deram pro seu colonialismo], os sionistas não conseguiriam migrar em números significativos para a Palestina, usando sua força econômica para acumular terras -- as melhores terras de uma região que tem escassez de água;


3. As milícias israelenses ajudaram o Imperialismo britânico a sufocar a Revolta Árabe-Palestina iniciada e 1936, decapitando a liderança palestina e a exilando;


4. A ''partilha da Palestina'' se deu com oposição dos árabes. Além do mais, ela dava praticamente metade do território aos sionistas, que eram apenas 30% da população em meados dos anos 1940. A maneira como a divisão foi feita dificultava também a viabilidade econômica de um Estado Palestino;


5. A IDF realizou uma limpeza étnica em 1948 para reduzir a proporção de palestinos no território do recém-fundado Estado de Israel. Cerca de 700 mil pessoas foram deliberadamente deslocadas, e seu direito de retorno, exigida por Resolução da ONU em 1948, é negado até hoje pelos sionistas. O Estado judeu é fundado já em meio a um crime;


6. As guerras árabe-israelenses terminaram com a ocupação ilegal de terras palestinas por parte de Israel. Os sionistas não apenas se mantiveram nessas terras como iniciaram um programa crescente de assentamentos e de colonização da Cisjordânia. Com o tempo, transformaram também Gaza em uma prisão a céu aberto.


7. Os sionistas só aceitaram negociar a paz com a OLP depois de pegos com as calças nas mãos na Guerra do Yom Kippur, de terem sido expulsos do Líbano pelo Hezbollah, por pressão internacional [A Assembleia Geral da ONU considerou o sionismo um racismo, em 1975], e por causa das Intifadas. Até então, a esquerda sionista não reconhecia a existência de um povo palestino;


8. Movimentos sionistas fizeram de tudo para sabotar a solução de dois Estados e os Acordos de Oslo [assinados nos anos 1990]: ataques terroristas a mesquitas, crescimento dos assentamentos, assassinato de Rabin, e financiamento de grupos alternativos ao Fatah [como, por exemplo, o Hamas] para dividir a liderança palestina etc.;


9. O Likud NÃO ACREDITA na política de dois Estados. Sua intenção, até certo ponto bem explícita, é inviabilizar permanentemente a construção de uma Palestina Livre e roubar as terras da Cisjordânia por meio de uma política agressiva de assentamentos. Faz parte da estratégia usar o Hamás de bode expiatório para transformar Gaza em um enorme campo de concentração.

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